“Não percas demasiado tempo a julgar o que vês, meu filho, pois os olhos são os piores inimigos do espírito. Não cries opiniões sobre as coisas, deixa que as coisas criem opiniões em ti. E nunca, mas nunca te julgues dono da verdade absoluta. Esvazia a tua mente de monstros e de teias de aranha que prendem pensamentos desnecessários e desfruta cada pôr-do-sol.”
sacrifico a minha alma aos deuses da apatía Eles cospem-na de volta e contemplam-me: Sabem que eu não lhes devo nada. -Tu não estás apático Dizem-me em palavras calmas com o zumbir estático, firme e calmo do Universo Eu pensava que esta minha letargia se apelidava apatía, sentia-me no direito de a partilhar com as entidades que são o Todo e o não-Todo. Mas descobri, por vía desta negação dos que Tudo-Nada são, que o poder de apatizar a alma não pertence ao domínio humano. A apatía rejeita o sentir e eu, enquanto alminha espantada, petulante e propulsionadora de movimento, deslizo em cristas de espuma salgada cristalina de sentimento, ondas do meu fulgor ridiculamente dramático. Logo, como Eles me disseram, não estou apático. Apático está o carvalho centenário que come das mesmas raízes o mesmo chão que comeu há incontáveis gerações de pessoazinhas atrás. Assim como o Siddartha incólume que, silente, proclama o ohmmm, eterno criador e destruidor de tudo o que conhecemos e é...
Chama-se a isso «olhar transformante», desde os filósofos gregos...
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