segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Devaneio numero seis

Já não sou quem era
Sou meio do que fui,
Mesmo que não tenha sido nada
Vivo uma realidade ofuscada
Minh’alma diminui,
Voltar… quem me dera.

Minha mente turva reflecte
Sombras que a poesia não aquece
Que calam a Primavera,
Mas eu já não fico à espera
Pois já não sou quem era.

Um dia, quando a vida em mim
Despertar, numa ilusão sem fim
Hei-de ler o horizonte
E ter em meus olhos uma fonte
Da qual brotarão mil sonhos,
E os pensamentos medonhos
Não mais me perturbarão.

Mas enquanto o Sol não nascer
E a sua luz não me fizer cantar
De mágoa hei-de viver,
Não vou mais levitar
Até a Primavera resplandecer.