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A mostrar mensagens de março, 2011
“Não percas demasiado tempo a julgar o que vês, meu filho, pois os olhos são os piores inimigos do espírito. Não cries opiniões sobre as coisas, deixa que as coisas criem opiniões em ti. E nunca, mas nunca te julgues dono da verdade absoluta. Esvazia a tua mente de monstros e de teias de aranha que prendem pensamentos desnecessários e desfruta cada pôr-do-sol.”
Pergunto ao Sol errante, Quem me lançou esta maldição Em quem pode caber tanta perfeição Que nada há que me encante Como a beleza ofuscante, Que guardas na doçura de tua mão. Correm dentro de mim Mil cavalos selvagens De azul e carmim, Que se torcem para te ver Que esperneiam em meu ser, E me torturam sem fim. Mas a alma de um estranho poeta Tão infeliz e irrequieta, Nunca te poderá albergar. Pois que pobre é o seu ser Em constante desvanecer, Que não chega para te amar.
O horizonte esconde a Lua, mas astros flamejam-lhe a cara e enchem-lhe o peito de arrepios esperançosos e melódicos. O mar salta ao eixo como que duas crianças a brincar numa caixa de areia lisa e suave como veludo. Dinis rejubila ao sentir as suaves carícias da maresia e deleita-se com uma paz de espírito nunca antes por ele sentida. Tinha sido naquela selvagem e pura praia que a sua alma deambulara durante toda a sua existência. Cresceu, soltou amarguras, viu, sentiu, chorou e vagueou naquele espaço que sentia como seu. Nascido numa vila próxima da costa, Dinis todos os dias esperava ansiosamente pelo toque da campainha da sua escola. Assim que era chegada a hora de sair, o menino corria desenfreadamente pelo meio da balbúrdia e direccionava os seus olhos para a estrada de terra, estreita e esburacada que se estendia até a Prainha, sitio onde passava todas as suas tardes a olhar para a linha que separava o mar do infinito. Por vezes, quando o Verão fazia as tardes arrastarem-se, Din...

Devaneio numero sete

Onde estás tu, minha luz? Não percebi porque saíste, Nunca mais te vi, Nem tu me viste… Porque não estás aqui? E por que caminhos medonhos Deambulas sem mim, E me ofuscas os sonhos. Sem ti não consigo Chegar ao amanhecer Que minh’alma não consegue ver, Cada dia parece um castigo. Se um dia voltares Abraçar-te-ei sem fim Mas se não me encontrares Foi de amor que morri.