MMTC

 Mar fulgurante, não se vê

Aonde tocas o céu, és intransigente.

Rindo, remo em ti, e rapidamente,

Inebriado,

Adormeço a chorar um fado.

 

Mar ilusório e celestial,

A bom porto não me levas, eu sei,

Rastejo para terras sem lei.

Gritar não me vale de muito,

Alheou-se-me o fortuito

Rareia-se-me o ar.

Isto de ser velejador,

De velejar pr’álem do torpor…

Ao menos no mar-alto posso cantar.

 

Trinta mil vezes

A sonhar já te atravessei.

Para mal da minha alma

Acordei.

De olhar em volta, iludido

As lagrimas caiam-me dos olhos,

Sem nunca te ter, tinha-te perdido.

 

Chorar sei que de nada me há-de valer

Ainda que me limpe a alma de dor.

Rosto ensopado por amor,

Dentro tem a alma a arder.

O tempo já não o vejo a correr,

Se velejar for sempre assim

O mar vai-se afogar em mim

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