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A mostrar mensagens de setembro, 2024

MMTC

  Mar fulgurante, não se vê Aonde tocas o céu, és intransigente. Rindo, remo em ti, e rapidamente, Inebriado, Adormeço a chorar um fado.   Mar ilusório e celestial, A bom porto não me levas, eu sei, Rastejo para terras sem lei. Gritar não me vale de muito, Alheou-se-me o fortuito Rareia-se-me o ar. Isto de ser velejador, De velejar pr’álem do torpor… Ao menos no mar-alto posso cantar.   Trinta mil vezes A sonhar já te atravessei. Para mal da minha alma Acordei. De olhar em volta, iludido As lagrimas caiam-me dos olhos, Sem nunca te ter, tinha-te perdido.   Chorar sei que de nada me há-de valer Ainda que me limpe a alma de dor. Rosto ensopado por amor, Dentro tem a alma a arder. O tempo já não o vejo a correr, Se velejar for sempre assim O mar vai-se afogar em mim