quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Mar fulgurante, não se vê
Aonde tocas o céu, és intransigente.
Rindo, remo em ti, e rapidamente,
Inebriado,
Adormeço a chorar um fado.

Mar ilusório e celestial,
A bom porto não me levas, eu sei,
Rastejo para terras sem lei.
Gritar não me vale de muito,
Alheou-se-me o fortuito
Rareia-se-me o ar.
Isto de ser velejador,
De velejar pr’álem do torpor…
Ao menos no mar-alto posso cantar.

Trinta mil vezes
A sonhar já te atravessei.
Para mal da minha alma
Acordei.
De olhar em volta, iludido
As lagrimas caiam-me dos olhos,
Sem nunca te ter, tinha-te perdido.

Chorar sei que de nada me há-de valer
Ainda que me limpe a alma de dor.
Rosto ensopado por amor,
Dentro tem a alma a arder.
O tempo já não o vejo a correr,
Se velejar for sempre assim
O mar vai-se afogar em mim

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