Devaneio numero seis
Já não sou quem era Sou meio do que fui, Mesmo que não tenha sido nada Vivo uma realidade ofuscada Minh’alma diminui, Voltar… quem me dera. Minha mente turva reflecte Sombras que a poesia não aquece Que calam a Primavera, Mas eu já não fico à espera Pois já não sou quem era. Um dia, quando a vida em mim Despertar, numa ilusão sem fim Hei-de ler o horizonte E ter em meus olhos uma fonte Da qual brotarão mil sonhos, E os pensamentos medonhos Não mais me perturbarão. Mas enquanto o Sol não nascer E a sua luz não me fizer cantar De mágoa hei-de viver, Não vou mais levitar Até a Primavera resplandecer.