quinta-feira, 25 de abril de 2013

Na viagem estática
De ontem à noite
Quis apagar-me da realidade,
Já que durante o dia sou cobarde...

A noite sabe quando estou perdido
E quando estou escondido.
Ela sabe sempre,
Porque vive em mim e eu vivo nela.

Nunca me fez sentido
Saber de crianças com medo da noite,
Porque ela criou-me e criou-te,
Minha fantasia de alma dispersa.

O lascivo breu que chega,
Atropelando o ingénuo clarão,
É meu amigo.
Nele não encontro o meu umbigo

No escuro não há um eu
Porque se não nos vemos não existimos,
Afinal de contas a liberdade é uma não-existência
E uma ponte de cordas para a demência...

Mas eu confortei-me nesta noite
Com o braço não-existente que me aconchega.
Enquanto espero a Luz, espero a sorte,
Esperando a morte

Sem comentários:

Enviar um comentário