A vida foge, Por isso corre, rapaz. Corre enquanto és capaz De iluminar a alma E de ver o Sol ao longe. Quando não fores capaz Verás que viver não importa, Se a tua alma não beber Da fonte que nasce dos olhos De quem calou a tua lingua morta, E que te mata, sem saber.
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A mostrar mensagens de abril, 2011
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Da minha janela consigo ver Cores mundanas, E gente que parece feita de canas E até rastos do que nunca consegui ser. Da minha janela as pessoas Parecem o que são, Formigas. Desde o anão ao que não vê, Almas inimigas Sem saberem porquê. E assim da minha janela percebo, Que não é do mundo que tenho medo. E da minha janela só não desejo O que as pessoas podem ser, Mas que diferença pode haver, Se da minha janela nada vejo?
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Persigo-me, Não sei porquê. Minha alma está cega, Meu espírito já não vê. O que é feito de mim? Perdido nesta amargura... E a que horas se põe o Sol? Pois que enquanto a vida dura Não cessa a tortura... E onde está a luz Que outrora me inebriava, E de espírito rubescente Ninguém me guiava, Seguia para o Poente. Mas que Poente era este Que me trouxe fantasmas, E agora contorço-me em asmas... Sou uma sombra escura, De mim, pouco ou nada perdura
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Um dia, Que cortes o vento com o olhar E me sonhes por um momento Vais fazer parar o tempo E o mundo vai acabar E nada me vai iluminar. Sim, É nisto que eu penso E ao fim do dia repenso… O que é que fiz de mal Que nem a água do mar Nem os teus cabelos Me sabem a sal? Depois, Já pouco tenho para viver. Pelo menos assim parece Pois que o horizonte escurece E eu já não tenho razões para crer. Pelo menos no amor Que até agora só me trouxe dor E me fez deixar de ver. Pelo menos os teu olhos Que transbordam luz E que sem saberes são minha cruz.