Arde ardiloso Em languidas labaredas, Fugazmente fogoso, O tronco trépido Num transe trémulo. Puxando pungentemente Grito eu, grotesco, Ao Sol que me queima, À chuva que me apaga E ao sal que se esfrega nas minhas feridas Ao fim de puxar, polido e brilhante, Engulo tudo de uma vez: O Sol A chuva E o sal. Engulo peixes sem cuspir espinhas, Sinto-os a nadar cá dentro. Estou inchado, enorme Já nenhum mundo cabe em mim. Estou sem Fado, disforme Já acabei, mas não cheguei ao fim.